quinta-feira, 8 de novembro de 2012


Apenas passaram alguns meses, e ainda dói, dói imenso, desde que me deixaste. Dói só o facto de acordar de manhã, e não ter lá a tua mensagem de ‘bom dia princesa da minha vida’. Tenho saudades da tua respiração acelerada, do teu simples toque, da rouquidão da tua voz, dos teus abraços apertados e beijos, tenho saudades de ouvir o teu coração a bater…
Ainda me lembro, lembro de como soube, de como fiquei naquele dia, aliás, tenho-me sentido pior a cada dia que passa, se é que isso é possível.
Naquela quarta-feira, não tinha aulas á tarde, como em todas as quartas feiras, e fui directa para casa, pois irias ter comigo, quando chegasses da tua faculdade, para termos mais uma tarde nossa, mas seria uma tarde diferente, pois fazíamos 1 ano de namoro. Não tínhamos falado ainda, pois na noite anterior, avisaste-me que irias ficar sem mensagens grátis, limitamo-nos a combinar as coisas para o dia seguinte. Sai da escola, fui para a paragem á espera do autocarro, como fazia todos os dias, não demorou muito a chegar. Sai do autocarro, e acelarei o passo, estava um dia frio, e tinha de fazer o nosso almoço, então não demorei muito até chegar. O meu espanto foi quando meti a chave na porta e esta já estava aberta, pois como sabes, só tinha gente em casa depois das 17h da tarde, mas mais espantada fiquei quando abri a porta e vi as nossas mães, a tua e a minha. A tua estava sentada na cadeira da mesa da cozinha e a minha mãe voltada para a janela desta. Não tive coragem de perguntar nada, estava um ambiente tenso e forte. Os grandes olhos azuis da tua mãe, estavam vermelhos, e penetraram nos meus, nem consegui abrir a boca para dizer alguma coisa. Foi então que a minha mãe lá de longe balbuciou, entre dentes “ele morreu” , quando ouvi aquilo caiu-me tudo, o mundo parou á minha volta, e uma voz na minha cabeça, fazia eco, como se alguém tivesse entrado nela, continuava a dizê-lo, e a dizê-lo, “ele morreu, ele morreu, ele morreu …”
Não consegui sequer olhar para a tua mãe novamente. Comecei a andar para trás, lentamente, não sabia o que fazer, se havia de correr para o colo da minha mãe, mas como sabes nunca tivemos aquela cumplicidade de mãe e filha, se havia de gritar, de me espernear, não sabia se havia de chorar, qualquer coisa, mas apenas que aquilo fosse um pesadelo.
Senti-me estranha, e cai em mim quando a minha mãe, com uma voz trémula chamou pelo meu nome, preocupada. As minhas pernas tremiam, os meus olhos enchiam-se de lágrimas, e o meu coração a mil á hora, pus as mãos á cabeça, olhei para a minha mãe e corri para o quarto. Apressadamente, agarrei no meu telemóvel e liguei-te, chamou, chamou, chamou e nada. Sentei-me na cama, pus-me na pontinha mesmo, e pus-me a balançar, para a frente, para trás, para a frente para trás... Deitei-me, e agarrada á nossa almofada, gritei imenso, e chorei, chorei tanto meu amor. Não sai do quarto o resto do dia, não perguntei nada, não quis saber do que aconteceu, a voz a fazer eco ainda se ouvia na minha cabeça. Foi a primeira vez que a minha mãe se deslocou ao meu quarto para me agarrar, e apertou-me com imensa força, e desabei, comecei a chorar que nem uma perdida, e ela entre lágrimas “chora meu amor, chora, agora dói, mas depois passa”. E perguntou-me se estaria pronta para falar do funeral, para me dizer que estava tudo pronto, e que se realizaria no dia seguinte, e que se eu não quisesse ir, ninguém me iria apontar o dedo, ela não queria que a minha ultima imagem de ti fosse dentro de um caixão, mas eu nem deixei ela acabar a conversa, e disse entre lágrimas que estaria presente.
Chegou o dia, estava a chover torrencialmente, não falei a ninguém, não consegui sequer falar com os teus pais, não tinha coragem alguma. Olhei em redor, e ali estavas tu, corri entre o meu choro, e agarrei-me a ti, ao teu corpo, continuavas a ser o “meu menino”, de uma forma estranha, mas eras tu que ali estavas, tinhas morrido para as pessoas que te conheciam, para o mundo, mas para mim não. Tudo me olhou com pena, foi horrível, só queria sair dali, ou enterrar-me contigo. Os primeiros dias foram insuportáveis, chorei imenso ao ponto de as minhas lágrimas secarem, só conseguia gritar a uma certa altura. Deixei de ir á escola, desliguei o telemóvel, nem entrava em qualquer rede social, deixei de falar com todos os que me apoiaram, amigos, família, não comia, não via televisão, não saia do quarto, passava os dias na cama, simplesmente deixei de ter vida, tudo parou ao meu redor, desliguei-me completamente do mundo, e passei a viver num só mundo, no meu, em que só eu existia. E agora, depois de alguns meses, sabes o que mudou? Nada, está tudo igual.
 Estou feia, magra, pálida, nem os olhos quase abro. A minha mãe já chamou médicos, bruxas, videntes, tudo e mais alguma coisa para me ajudarem, eles simplesmente dignam-se a dizer á minha mãe que não há esperança. Ela chora , chora imenso, hoje, há coisa de 1 hora veio ao meu quarto, agarrou-se de uma maneira fortíssima a mim, e chorou, e pediu para eu não desistir da vida , eu limitei-me a responder, com aquele pequeno sorriso que tu tanto gostavas “não te preocupes, estou bem , vou ter com ele, vou ser a primeira pessoa que vai morrer de amor”.
Ela fechou os olhos, encostou a sua testa na minha e deu-me um beijo, como se se estivesse a despedir.
E agora, estou aqui, á espera que a morte me bata á porta, esta noite…

domingo, 23 de setembro de 2012

recordações

Já passou uma semana desde que prometi que viria aqui de novo para escrever, mas não o fiz, se ainda te lembras, sabes que nunca fui muito de cumprir o que prometo, um dos meus piores defeitos talvez. Também tenho andado atarefada, com o começo das aulas, ainda vou no inicio e parece que já não tenho tempo para nada, é verdade. Acordo super cedo, sim antes que opines, continuo com o mesmo hábito de sempre, acordo uma hora antes do necessário para pentear e esticar o meu longo e volumoso cabelo. Sempre que o faço, parece que te ouço, sim é verdade, parece que te ouço a ralhares comigo por esticar o cabelo, porque me dizias que adoravas ver o meu cabelo ao natural, parecia selvagem, devido ao volume que ele tem, mas sabes que tinha sempre de te contrariar. Mas pronto, tempos que já la vão não é? Como te estava a explicar acordo demasiado cedo, com o calor, com as secas que apanho na sala de aula, assim que chego a casa, só me apetece tomar banho, comer, e só quero dormir, ando assim, há uns tempos. E senti imenso a tua falta no primeiro dia de aulas, porque acordavas de propósito ás 7:00h , só para te certificares que eu acordara a tempo de me despachar, fazias questão de saber se eu tinha comido algo, e de me dizer que já estava atrasada para o autocarro, e ficavas a falar comigo até eu chegar á porta da escola, porque sempre soubeste como fico nervosa nestas coisas. Faz-me falta as tuas sms de texto nas aulas, quando venho sozinha no autocarro, quando vou para a cama até adormecer, apesar de antes te deixar sempre a falar sozinho, porque quando me deitava adormecia logo. Sinto falta só de dizer "vou tomar banho, já te mando mensagem". Será que te lembras destes pequenos pormenores? Sinto falta de isso, uma coisa tão insignificante para tantos, e para mim, põe-me de lágrimas nos olhos. E choro, choro por não te ter agora aqui, para me dizeres que amanhã já tenho de estar a pé super cedo, para não perder o autocarro. E só vim escrever hoje, porque sei que amanhã começa outra etapa da tua vida.Sei que, hoje é o teu ultimo domingo de férias, amanhã começa o teu segundo ano de faculdade, como o tempo passa. E por estas horas já eu te estaria a dizer para te ires deitar, porque acordas demasiado cedo, porque tens de apanhar mais do que um autocarro para lá chegares. Queria tanto poder-te mandar uma sms a dizer que este ano vai ser melhor que o outro, a perguntar-te como estás por ires outra vez para a faculdade e não seres um dos caloiros, apenas mandar-te uma mensagem, mas não sou capaz, sou fraca. E não é só por isso, porque não sei se estás com alguém, se estiveres é o dever dela dizer-te esse tipo de coisas, tal como eu te fazia e voltava a fazer, é esse o papel dela agora, já não é o meu. O máximo que posso fazer, mesmo sabendo de que nunca vais ler, nem saber, o que posso fazer é dizer-te por aqui, talvez me sinta um pouco melhor.
"Como estás? Amanhã começa a tortura outra vez, vê o lado positivo, pensa assim: já não vais entrar como caloiro, não vais ter de fazer aquelas praxes estúpidas e de chegares sujo a casa, já não parece tão mau não é? Vais estar mais vezes com o teu melhor amigo, vais conhecer mais gente nova. Mas pronto espero que este ano te corra melhor, visto que o outro não foi tão bom, de certa parte, por culpa minha. Boa sorte. Estou aqui amo-te <3"
E com estas palavras, paro de escrever por hoje, não aguento. O meu lado fraco consegue ser mais forte que eu, consegue sempre.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

recordações


Olá, olá para ti que nunca vais chegar a ler isto. Como tens estado? Bem , calculo eu, e assim o espero. Apesar de tudo, quero-te sempre feliz. Eu cá vou indo, nem bem nem mal.
Se soubesses da existência disto, sim disto, porque nem sei ao certo o que isto será, um diário? onde irão ser transcritas, embora da minha cabeça para papel,  pequenas lembranças, onde tu entras, onde episódios que vivemos entra, ou o que quer que seja? pois não sei, logo vejo.
Continuando, se soubesses disto, perguntarias-me o porquê, de eu escrever sobre ti , sobre nós, sobre o que se passou... Porquê, agora, depois de tudo e depois de tanto tempo. "Não sei" , sim "não sei" seria provavelmente a minha resposta. Pode ser que ao escrever, eu admita algumas coisas em que fui menos correcta, pode ser que me perdoe, aos poucos e poucos, que de uma certa forma não me sinta tão sozinha, sim também já sei que se lesses isto agora "que de uma certa forma não me sinta tão sozinha" me dizias que a única culpada de ter ficado tão sozinha, foi minha e só minha, porque me afastei, porque isto e aquilo, mas eu tinha as minhas razões, eu sei pelo que passei, como me senti, e isso nunca ninguém irá perceber, até passarem por uma situação tão parecida ou igual á minha. que fiquemos esclarecidos nesse ponto. Mas sabes tenho imensas saudades tuas, da tua voz, do teu cheiro, do teu simples toque, não, não me esqueço dessas características tuas. Tu não percebes, secalhar nem eu, mas foi como eu te tivesse libertado, não merecias ter um peso, como eu, em cima de ti, és jovem ainda, e eu? eu não te merecia sequer. Não sei como estás, se já tens outra pessoa, como tiveste depois de tudo. Nada, não sei nada, porque não te respondia ás sms, não atendia as tuas inúmeras chamadas, nada mesmo. Fui burra, e sabes? Sofro todos os dias, por tudo, principalmente por ti, porque sinto a tua falta, e mandei-te embora quando mais precisava de ti.
Por hoje chega, acho que escrever isto já foi um grande passo, amanhã escrevo de novo, como se tu fosses ler. Um dia, talvez.

terça-feira, 28 de agosto de 2012





" Ainda consigo ouvir o mínimo barulho dos nossos pés ao subirem aquelas longas e sujas escadas, para chegarmos ao ponto mais alto do prédio. Era escuro, e silencioso, um pouco aterrador até, lembro-me de sentir, e ouvir aquela leve brisa que passava pela janela partida do topo do prédio, e nos tocava friamente. Virei-me e procurei-te no meio da escuridão, para que me agarrasses com força, aquela brisa punha-me com frio e aquele prédio enchia-me de medo, mas confesso que só encontrei os teus grandes olhos cintilantes, nunca vira nada assim. Era esse o tipo de olhar que me deixava intimidada, que me fazia sentir observada de uma maneira forte, mas ao mesmo tempo era esse tipo de olhar que me deixava segura. Então, fiquei focada nos teus olhos, por momentos parecera que o tempo parara , e ficamos nós ali, frente a frente, com uma troca de olhares intensa. Desviei o olhar, baixei a cabeça por momentos, e foi ai que avançaste para mim, com o teu dedo indicador levantaste-me o queixo, passaste a tua mão rígida e quente por um lado da minha face, e de seguida pousaste as tuas grande mãos na minha cara, e focaste de novo o teu olhar em mim. Senti as minhas finas pernas bambas, tremia por todo o lado, á espera de uma reacção tua. Foi então que encostas-te a tua testa na minha, fechaste os teus olhos, e eu, sempre acompanhando-te, fiz o mesmo, fechei os meus pequenos olhos. Brincas-te um pouco com o meu nariz, roçando o teu no meu, e nesse momento, no meio da brisa e daquela escuridão, que lentamente encostas-te os teus finos lábios aos meus. Intercalamos os nossos lábios, de uma forma única, em slow motion, quase como numa comédia romântica. Beijámo-nos sem fim, envolvi os meus braços no teu pescoço, e tu , os teus na minha cintura, empurrando-me contra ti, de uma maneira fortíssima. Foi com um simples gesto que percebi que estavas pronto para subirmos a outro patamar, com a maior delicadeza, como se eu fosse uma boneca de porcelana, me puseste deitada naquele chão, sujo e com pó, e te deitas-te a meu lado. Durante todo aquele bocado que já tinha passado, nunca tínhamos tido nenhuma troca de palavras, apenas uma ou duas trocas de olhares. Mas ao pores-te deitado a meu lado, mexeste-me nos meus longos e grossos fios de cabelo, e me perguntaste, com uma voz baixinha, mas forte "sentes-te bem?" . Eu apenas sorri, aproximei-me ao máximo de ti, e entreguei-me a ti, como nunca acontecera com mais ninguém, entreguei-me a ti ao ponto de sentir o teu coração acelerado, e ouvir a tua respiração ofegante. E desejei mais que tudo que naquele momento tudo parasse, inclusive o tempo, e que apenas existisse duas pessoas no mundo: tu e eu."


fico estupefacta ao saber que hoje em dia, a sociedade avalia uma pessoa pelo seu físico,  fico parva, até ao ouvir pessoas dizerem que não gostam de outra , e o único argumento viável que sabem dar é criticar o corpo dessa tal pessoa. não sabem mais nada, a vida da pessoa , o seu passado , nada , só conhecem o nome e o corpo, então , sem conhecer mesmo a pessoa, por "dentro" , criticam e criticam. e isso irrita, porque como se pode avaliar uma pessoa, dizer que ela é isto ou aquilo, só por causa do seu corpo, a sério? E sabes porque escrevo para ti e sobre ti? Não conheço mais ninguém que seja criticado sem razão e de forma injusta, pelo seu corpo, como tu. E fico mesmo revoltada com isso. Tu, és linda, mesmo que não tenhas o corpo perfeito, não é que seja mal feito , porque até és bem constituída, tens um belo cu e umas belas mamas, e a maioria que te critica é inveja , não digam que não, porque é. Porque eu sei o que isso é, olhem para mim, com 18 anos sem cu e mamas, olha a Margarida com 16 e tem um belo corpo, por isso o que vocês têm é inveja, mas pronto não vou aqui criticar ninguém. Tu , já nem falo do teu aspecto físico , porque já conheces a minha opinião, és linda por dentro, tens uma personalidade super forte , tens um coração de ouro. És das raparigas mais meigas que eu conheço, dás o que tiveres para veres alguém bem, não julgas sem conhecer, não abres a boca para criticar ninguém, limitas-te a ficar na tua. Tens um sorriso perfeito, uma gargalhada linda, os teus defeitos e qualidades. E admiro-te imenso, porque criticam-te imenso, imenso mesmo e tu estás ai , mais linda que nunca e de cabeça erguida. E agora pergunto-me, como é que te podem criticar, só por teres um corpo belo, mesmo não conhecendo o teu interior? É a coisa mais RIDÍCULA. Já ouvi muito mal de ti , já ouvi pessoas que pensam que eu não te conheço e criticam-te mesmo á cara podre e eu fico tipo lol . mas pronto , admiro-te, acredita que sim , amo-te muito, e quero que a nossa amizade cresça muito , muito mesmo. e sempre que precisares vou estar aqui, basta chamar. pequenina ♥ 

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

"Nunca quis que um simples dia chegasse assim tão depressa, nunca tive esta ansiedade para chegar, como já disse, a um simples dia. Mas quero, é só isso que sei. Quero olhar nesse teu olhar lindo e profundo, esse olhar que me diz tudo mesmo sem falares, esse olhar que me faz sentir intimidada. Não sei se é por essa cor berrante, ou pelo simples facto de que o teu olhar diz-me tudo o que eu quero e preciso de ouvir, sem mexeres esses teus lábios finos e perfeitos. Talvez seja isso que em momentos me deixa mais intimidada. Mas não me importo, sabe bem sentir-me observada de uma forma estranha e forte. Quero que me abraces, que me apertes com a maior das forças e que me sussurres ao ouvido, palavras soltas, sem sentido, verdadeiras, e sentir o teu leve cheiro. Quero sentir-me envolta nesses teus braços fortes, sentir-me a voar, sentir-me a pessoa mais segura do mundo, a mais protegida. Quero que te deites a meu lado, bem junto de mim, ao ponto de ouvir o bater do teu coração, de sentir o teu forte batimento cardíaco. Quero que te envolvas em mim, de uma maneira impossível, de uma maneira única, ao ponto de parecer-mos um só. Quero que me beijes apaixonadamente, e me acaricies de uma forma inesquecível. Quero ouvir a tua respiração ofegante, senti-la em mim, senti-la a percorrer o meu corpo. Quero sentir-me desejada, como nunca fui antes. No fim de tudo, quero que te deites de novo a meu lado, quero continuar a ouvir o teu coração, a tua respiração. Quero que olhes para mim, que me digas que me amas, quero que me digas que não me vais deixar, quero que me digas que isto não é um sonho."